Formar um líder, é informar uma comunidade!

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Líderes Comunitários, e Comitê de Cogestão do HR Songo Formados em matéria de aborto seguro.

Foi uma valia e muito vantajosa esta formação, não tínhamos noção, tudo era na base da tradição, mas de hoje em diante, será diferente. Temos informação suficiente para facilitar a comunicação com a comunidade, queremos ver a rapariga a caminhar bem nos estudos. Vamos fazer a réplica em quarteirões e em cada bairro, publicitar esta lei e desta vantagem do aborto seguro. Já sabemos que o serviço é oferecido aqui no HR do Songo e Chitima”, in Alberto Primo, Líder Comunitário do Bairro Josina Machel, em Songo, à margem de uma formação sobre aborto seguro e a lei a membros do comité de cogestão.

Alberto Primo, Líder Comunitário do Bairro Josina Machel, em Songo

São no total 12 lideres comunitários, representando igual número de bairros e comunidades. Disseram sim, e vieram aprender mais sobre o aborto seguro. Querem formar e informar as suas comunidades, suas raparigas e seus filhos e netos sobre práticas saudáveis – dizem eles. Para desmistificar mitos e tabus é preciso garantir acesso à informação, e nada melhor que formar um líder comunitário, o porta-voz da comunidade. Estes líderes são de Cahora Bassa, concretamente na vila do Songo, na província de Tete. São parte integrante e mais importante na facilitação e divulgação da lei sobre o aborto seguro, um serviço disponível e legalmente instituído em Moçambique desde 2014, embora, não acessível para todos, em muitos casos por desconhecimento e ou vergonha. É oferecido em 3 distritos da província de Tete, com técnicos de saúde altamente capacitados e com equipamento à altura. O ICRH-M, está a implementar um projeto-piloto em 5 unidades sanitárias desta província central do país, contribuindo para a redução de mortes materno-infantil decorrente de práticas inseguras de aborto que, muitas das vezes, para além da morte eminente, leva à Infertilidade, problemas de saúde graves para o resto da vida, retirada de útero entre outros males. E é tudo o que os líderes, activistas comunitários e profissionais de saúde querem evitar.

Desde o ano passado que o ICRH-M, com fundos do SAAF, procura melhorar a qualidade dos serviços de aborto e acima de tudo ampliar o seu acesso à mais zona, sem estigma e discriminação por parte de mulheres e meninas em Moçambique, particularmente nos distritos de Cahora Bassa, Angónia e Changara. Uma das actividades é formar membros do comité de cogestão sobre a lei, serviços de aborto seguro e como acessá-los. Os comités de cogestão incluem, para além dos líderes comunitários, activistas e profissionais de saúde e de gestão das unidades sanitárias, estes últimos que tem a missão de receber e dar melhor encaminhamento a casos de aborto seguro. “ Em média, recebemos mensalmente 6 a 10 casos, entre voluntários e outros em estado grave em resultado de alguma tentativa no método caseiro. A faixa etária que mais tem vindo ao HR de Songo é de 15 aos 30 anos. Nossa missão não é julgar, atendemos a todos os casos, e oferecemos o melhor método de planeamento familiar para evitar situações similares. Esta formação de hoje é deveras importante e oportuna, vem refrescar as nossas mentes, e melhor, estão aqui os nossos líderes comunitários que deverão levar esta mensagem de volta às comunidades. O serviço existe e é gratuito ”, disse Hermenegilda Ângelo, enfermeira de Saúde Materno Infantil no Hospital Rural de Songo.

Participante da formação de aborto seguro, em Songo.

Como estratégia para a redução de mortes maternas e expansão dos direitos reprodutivo, projecto aborto seguro reorienta-se na formação dos profissionais de saúde para prestação de serviços de qualidade, trabalha com mulheres, meninas e comunidades para aumentar o acesso à informação e reduzir estigma, documentar e compartilhar experiências para contribuir para o aprendizado de como melhorar a implementação efectiva de aborto seguro de formas que sejam aceites pelos profissionais de saúde e pela comunidade sem objecção de consciência.

Lideres comunitários formados em matéria de aborto seguro

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